No contexto das religiões de Umbanda e o Candomblé, surge frequentemente uma questão relevante: a contribuição financeira dos fiéis para a manutenção dos terreiros e casas de culto.
Queremos explorar essa questão de forma mais aprofundada e explicar por que essa contribuição é vista como parte integral da fé e do compromisso daqueles que participam e frequentam os espaços religiosos, que na maioria das vezes é a residência do religioso. É crucial compreender que, na Umbanda, Candomblé e Jurema, a casa, o espaço reservado para as atividades, não pertence exclusivamente ao dirigente espiritual, mas é compartilhada por todos os seus frequentadores. Essa perspectiva coletiva é essencial para entender por que a contribuição financeira para a manutenção do espaço beneficia a todos. Quando visitamos um terreiro, estamos partilhando um espaço sagrado com outras pessoas que também buscam orientação espiritual, apoio e crescimento pessoal. Assim, contribuir para a manutenção da casa vai além do pagamento do aluguel. Existem diversos custos invisíveis que devem ser considerados, como despesas com água, luz, IPTU, materiais de limpeza e higiene, e outros relacionados à estrutura e manutenção religiosa. Esses custos, embora nem sempre visíveis, são fundamentais para manter o funcionamento do terreiro e das atividades. Além disso, devemos reconhecer que abrir as portas de sua casa (ou residência) para dezenas de pessoas em busca de orientação religiosa implica em uma perda significativa de privacidade para o dirigente espiritual. É um compromisso que vai muito além das obrigações financeiras. A casa se transforma em um local de encontro espiritual, demandando esforço, tempo e dedicação do dirigente. E se ele já tem dificuldades em manter e avançar nesta estrutura, quando em sua residência, imagina se o espaço de fato for alugado?
Portanto, é crucial que os frequentadores desenvolvam uma consciência participativa e solidária em relação à casa de culto. A contribuição financeira é uma manifestação dessa solidariedade e um ato de fé. Ela permite que o terreiro continue a oferecer apoio espiritual e assistência religiosa a todos que o procuram.
É importante destacar que, embora a contribuição seja legítima e necessária, deve haver transparência e solidariedade na gestão financeira da casa. Se alguém se sentir abusado ou perceber excessos, pode optar por mudar para outra casa, mas isso não deve ser motivo para questionamentos ou acusações infundadas.
A contribuição financeira para a manutenção de uma casa de Umbanda ou no Candomblé não se trata apenas do pagamento de despesas, mas é um ato de fé, solidariedade e compromisso com a comunidade religiosa.
A casa pertence a todos, e todos têm a responsabilidade de apoiar seu funcionamento. Ao contribuir, fortalecemos nossa conexão com a espiritualidade e garantimos que o terreiro continue desempenhando seu papel vital na vida de seus frequentadores.
Portanto, lembremos sempre que contribuir é uma parte essencial de nossa jornada religiosa, contribuindo para a preservação e avanço das tradições religiosas afro-brasileiras. Além disso, é fundamental conscientizar sobre a importância não apenas da manutenção, mas também da legalização das atividades religiosas, começando pela obtenção de credenciais religiosas, para que o religioso esteja legalizado perante a sociedade e proporcione segurança jurídica para suas atividades. Para finalizar, ainda que o principal fundamento de uma casa de Umbanda, Candomblé e Jurema seja a simplicidade e se mantenha com os pés no chão, isto não significa que não possa haver uma melhor estrutura e organização, onde as pessoas possam se sentir seguras e um ambiente construído por todos.
Pense nisto! Não compare a Umbanda, candomblé e jurema como as demais religiões, cada um tem sua particularidade, mas todas devem se preocupar com o crescimento individual de seus participantes, assim como todos os participantes devem se preocupar com o crescimento e a organização do espaço, pois é dando que se recebe.
Se manifeste, de apoio solidário a uma conscientização participativa para que nossas casas possam ter sustentabilidade e organização para suas atividades religiosas e até desenvolver outras ações de amparo social e cultural. Esta é nossa orientação e esperamos que todos possam compartilhar com os seus, a fim de expandir esta ideia. O religioso não é o único responsavél e sim todos que fazem parte da casa, quem não ajuda, não pode se sentir parte e partiipante. Simples assim! Federação ATUCO
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